quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Almanaque...



Começa 2012. A virada de ano vem sempre carregada de simbolismo. Aproveita-se que o último dígito da data é outro para que se busquem mudanças reais nas vidas de cada um. A partir desse espírito, e de outras razões que enumerarei mais à frente, este blog começa o ano novo com novo nome, nova proposta e novas ideias.

"Almanaque": segundo o dicionário Michaelis, "livro ou folheto que, além do calendário do ano, contém indicações úteis, trechos literários, poesias, anedotas." Pretendo, em 2012, conseguir publicações com uma periodicidade maior do que no ano que encerrou-se. Pretendo, também, que os tradicionais artigos de opinião passem a ser menos frequentes, dando lugar à crônicas mais extensas (terreno no qual me aventuro pela primeira vez). Isso sem que se perca minha dedicação à poesia e meu olhar científico sobre os problemas cotidianos e essenciais.

Mas a inspiração para o novo título do blog não veio do dicionário. Como grande fã, fui buscar em Chico Buarque a tradução para a inquietação que me mantém vivo na guerrilha ideológica digital. A canção do álbum homônimo de 1981 é um questionamento à essência das coisas. Coisas cotidianas ou profundas, sentimentais ou políticas, tanto faz. O importante é perguntar. "Me responde por favor / Por que que tudo começou", diz a letra. E é questionando que este blog pretende se manter ao longo do novo ano.

Essa é a segunda razão para as mudanças que faço no blog: o dever de causar a dúvida. Na última segunda-feira (2) tive o prazer de viver uma noite muito inusitada. Saí para beber com alguns amigos, e tivemos a honra de conhecer algumas pessoas que nos propiciaram uma conversa extremamente produtiva e interessante. Tanto que ficamos na rua até às 6h da manhã. Nesse debate chegamos a um consenso: tanto a ciência como a arte não têm, nem podem ter respostas. São as perguntas que movem o mundo. "Quando achamos que conhecemos a nós mesmo, nos aniquilamos como pessoa", disse um dos novos amigos que fiz naquela noite. Concordamos então com Maiakóvski, quando este grande poeta soviético afirmava que "a arte não é um espelho que reflete o mundo, e sim, um martelo para forjá-lo". Concordamos, também, com o geógrafo Milton Santos quando afirmou que "ser intelectual é exercer diariamente rebeldia contra conceitos assentados, tornados respeitáveis, mas falsos. É, também, aceitar o papel de criador e propagador do desassossego e o papel de criador do escândalo, se necessário".

É nesse almanaque que o leitor terá acesso aos pensamentos e inquietações desse projeto de cientista social e projeto de poeta que tem amor ao Brasil e à cultura brasileira e um desejo incontrolável de mudança! Até o próximo texto...

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